Cercada por mata, rios, praias e cachoeiras, Itacaré guarda também a herança dos diferentes períodos históricos que atravessou desde sua ocupação pelos portugueses em 1530. Um antigo exemplar desse legado é a Igreja Matriz São Miguel Arcanjo. Com quase 300 anos, é um bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia pela sua riqueza histórica.

Doze anos antes de Itacaré se tornar um município, em 1732, a Igreja foi erguida pelo Jesuíta Luis da Grã numa área mais elevada da cidade, onde hoje é a Praça Isac Soares. Altiva em suas cores branca e azul, tem um rico acervo que, em breve, poderá ser totalmente visitado em um Museu a ser instalado no local. No pequeno oratório, imagens do próprio São Miguel, São Sebastião, Santo Antônio e Senhor dos Passos, todas estas em tamanho natural, abençoam quem vai conhecê-la.

Graças a uma restauração iniciada em 2016, boa parte da construção está preservada. Seus altares possuem estilo neoclássico, no batistério destaca-se  uma pia batismal original em pedra lioz e,  nas salas da comunhão e do coro, o gradil em madeira de jacarandá africano. Durante a reforma, uma bela surpresa – retirado o reboco da parede, foi revelado uma pintura antiga de rara beleza e detalhes, um resgate que emocionou os fiéis e incrementou o valor histórico da igreja.

Além da Igreja, vale passear pelas ruas da cidade observando os casarões dos senhores do cacau que reinavam na região no século XIX. A maior parte deles hoje abriga estabelecimentos comerciais, mas alguns conservam a fachada, como é o caso do Casarão Verde, onde funciona um hostel. Procure também pelos lindos Casarão Azul e Casarão Amarelo, ambos na orla, para registrar mais do estilo da época cacaueira.